É ou não é?
Por William Magalhães
O primeiro ginasta brasileiro a ganhar uma medalha de ouro em jogos do PAN, Diego Hypolito, 21, é o mais novo alvo de polêmica envolvendo sua sexualidade. A Associação da Parada do Orgulho de GLBT de Goiás (APOGLBT-GO) está indagando o medalhista se ele é gay ou não?Segundo o jornalista Léo Mendes, coordenador da Ong, “é um direito dele responder ou não, falar sobre isso ou não, mas é um dever nosso de perguntar. Isso [perguntar sobre a orientação sexual] não ofende a honra e a dignidade de ninguém. Apenas contribui para acabar com boatos e com disse-me-disse. Esperamos que algum jornalista que cubra o Pan faça esta pergunta a Diego para acabar com esse suspense no nosso meio”.A Ong diz que pretende convidar o maior ginasta brasileiro para ser homenageado e abrilhantar a XI parada do orgulho de GLBT de Goiânia que acontece no dia 09 de Setembro. “Fazemos isso todos os anos, convidamos gente do bem de todas as orientações sexuais: heterossexual, bi ou homossexual. Diego Hypólito é um desses jovens que temos orgulho de ter no Brasil, pela sua trajetória esportiva", justificou Léo Mendes.O coordenador da entidade afirmou: “ficaríamos muito felizes se Diego dissesse se é gay, se não for, também o respeitaremos como o maior atleta da ginástica. A idéia de homenagear Diego surgiu depois da identidade e admiração dos gays de Goiânia pelo tri campeão do solo”.Em entrevista ao site A Capa, o jornalista afirmou que não vê a pergunta como um outting forçado (retirada de personalidades de armário). “Éle responde se ele quiser”.Léo explicou que seria benéfico para a comunidade GLBT se Diego fosse gay e saísse do armário. “É uma questão de referencial. Hoje no Brasil não temos um grande referencial gay. É como no México, o rapaz daquela banda KLB (sic) ter saído do armário gerou um efeito positivo nos mexicanos jovens que são fãs do grupo. Imagine se aqui os jovens vissem que o maior atleta do Brasil hoje é como eles, alegre, divertido, de bem com a vida. Seria muito positivo”. No início deste ano, Christian Chavez integrante do conjunto mexicano RBD assumiu sua sexualidade ao ter exposto, na internet, fotos pessoais suas, em que beijava o namorado. Segundo Léo, o convite para participar da manifestação foi feito no site do atleta http://www.diegohypolito.com.br/ junto com a indagação sobre sua orientação sexual. “Seria legal encontramos Diego em locais como a Thermas Lagoa, numa balada da Boate The Weekend (sic), ou quem sabe na Parada de Goiânia, mostrando para milhares de jovens e adolescentes gays que as pessoas podem ser felizes e vencer sendo hétero ou homossexual”.A Ong se baseia no argumento do antropólogo Luiz Mott “é papel do movimento indagar sempre qual é a orientação sexual sobretudo dos VIPS, pois naturalmente, acriticamente, homofobicamente, pressupoe-se sempre, salvo prova em contrário, que todo mundo é heterossexual”. Para Léo Mendes pessoas que não assumem integralmente sua condição sexual é um grave problema. "Algumas pessoas assumem violentamente sua heterossexualidade, em casa e no trabalho, no seu dia a dia, sendo até homofóbicas, mas na hora da diversão elas freqüentam os ambientes gays. É diferente um garoto de classe média não querer se assumir em casa porque corre o risco de ser expulso de casa e alguém que já trabalha, já tem sua casa e não deve nada para ninguém não se assumir."A Ong, no entanto, afirma que Diogo Hipólito não tem obrigação nenhuma de dizer qual é a sua e muito menos de levantar bandeira. "É papel das Ongs perguntar. Ongs devem promover a visibilidade dos GLBT, se a gente não perguntar, quem vai?” questiona Léo Mendes.
Por William Magalhães
O primeiro ginasta brasileiro a ganhar uma medalha de ouro em jogos do PAN, Diego Hypolito, 21, é o mais novo alvo de polêmica envolvendo sua sexualidade. A Associação da Parada do Orgulho de GLBT de Goiás (APOGLBT-GO) está indagando o medalhista se ele é gay ou não?Segundo o jornalista Léo Mendes, coordenador da Ong, “é um direito dele responder ou não, falar sobre isso ou não, mas é um dever nosso de perguntar. Isso [perguntar sobre a orientação sexual] não ofende a honra e a dignidade de ninguém. Apenas contribui para acabar com boatos e com disse-me-disse. Esperamos que algum jornalista que cubra o Pan faça esta pergunta a Diego para acabar com esse suspense no nosso meio”.A Ong diz que pretende convidar o maior ginasta brasileiro para ser homenageado e abrilhantar a XI parada do orgulho de GLBT de Goiânia que acontece no dia 09 de Setembro. “Fazemos isso todos os anos, convidamos gente do bem de todas as orientações sexuais: heterossexual, bi ou homossexual. Diego Hypólito é um desses jovens que temos orgulho de ter no Brasil, pela sua trajetória esportiva", justificou Léo Mendes.O coordenador da entidade afirmou: “ficaríamos muito felizes se Diego dissesse se é gay, se não for, também o respeitaremos como o maior atleta da ginástica. A idéia de homenagear Diego surgiu depois da identidade e admiração dos gays de Goiânia pelo tri campeão do solo”.Em entrevista ao site A Capa, o jornalista afirmou que não vê a pergunta como um outting forçado (retirada de personalidades de armário). “Éle responde se ele quiser”.Léo explicou que seria benéfico para a comunidade GLBT se Diego fosse gay e saísse do armário. “É uma questão de referencial. Hoje no Brasil não temos um grande referencial gay. É como no México, o rapaz daquela banda KLB (sic) ter saído do armário gerou um efeito positivo nos mexicanos jovens que são fãs do grupo. Imagine se aqui os jovens vissem que o maior atleta do Brasil hoje é como eles, alegre, divertido, de bem com a vida. Seria muito positivo”. No início deste ano, Christian Chavez integrante do conjunto mexicano RBD assumiu sua sexualidade ao ter exposto, na internet, fotos pessoais suas, em que beijava o namorado. Segundo Léo, o convite para participar da manifestação foi feito no site do atleta http://www.diegohypolito.com.br/ junto com a indagação sobre sua orientação sexual. “Seria legal encontramos Diego em locais como a Thermas Lagoa, numa balada da Boate The Weekend (sic), ou quem sabe na Parada de Goiânia, mostrando para milhares de jovens e adolescentes gays que as pessoas podem ser felizes e vencer sendo hétero ou homossexual”.A Ong se baseia no argumento do antropólogo Luiz Mott “é papel do movimento indagar sempre qual é a orientação sexual sobretudo dos VIPS, pois naturalmente, acriticamente, homofobicamente, pressupoe-se sempre, salvo prova em contrário, que todo mundo é heterossexual”. Para Léo Mendes pessoas que não assumem integralmente sua condição sexual é um grave problema. "Algumas pessoas assumem violentamente sua heterossexualidade, em casa e no trabalho, no seu dia a dia, sendo até homofóbicas, mas na hora da diversão elas freqüentam os ambientes gays. É diferente um garoto de classe média não querer se assumir em casa porque corre o risco de ser expulso de casa e alguém que já trabalha, já tem sua casa e não deve nada para ninguém não se assumir."A Ong, no entanto, afirma que Diogo Hipólito não tem obrigação nenhuma de dizer qual é a sua e muito menos de levantar bandeira. "É papel das Ongs perguntar. Ongs devem promover a visibilidade dos GLBT, se a gente não perguntar, quem vai?” questiona Léo Mendes.
Fonte: Revista A Capa
0 comentários :
Postar um comentário