Ícone gay, maior transformista do Brasil, lenda viva da TV: desmontar Rogéria para tirar seus rótulos é tarefa difícil. Sempre travestida da porção artista, a estrela já nem sabe onde termina a Rogéria e começa o Astolfo - seu nome de batismo. "O meu casamento é o Astolfo com a Rogéria", diz a loira, cuja última paixão envolvendo um ser humano que não ela mesma aconteceu há 45 anos. "O grande amor da minha vida foi um libriano, eu tinha 19 anos", conta a geminiana. Se você é bom de matemática, já fez as contas e descobriu que hoje Rogéria tem 64 anos. E ela chega a essa idade com tudo em cima, "chiquérrima" - como ela costuma dizer - e vivendo um momento único na carreira. Além de ensaiar o supermusical "Sete", com estréia prevista para agosto, Rogéria vai fazer uma participação especial em "Paraíso Tropical". Na trama, ela será Carolina, uma transformista amiga da ex-vedete Virgínia (Yoná Magalhães), que chega para atazanar a vida de Iracema (Daisy Lucidi), a síndica cri-cri do Copamar. "Estou me sentindo aquelas atrizes dos anos 50 que a Metro (Goldwyn-Mayer, a MGM) botava para trabalhar. Estou me sentindo a rainha da Vênus Platinada", diz, feliz da vida com o convite de Gilberto Braga, autor do folhetim. "Estava assistindo Sassaricando (musical, em cartaz no Rio) e o Gilberto perguntou se eu aceitaria participar. Eu disse: 'Que pergunta? É claro! Como posso recusar um convite chique desse?'. Com as gravações da novela já engrenadas, Rogéria está, literalmente, no Paraíso e em lua-de-mel com os colegas: "Yoná (Magalhães) é linda, não dá chilique", "Hugo Carvana é incrível", "Maria de Médici (diretora) me recebeu muito bem". Tanto contentamento pode ser explicado pela longa ausência da TV. O último trabalho em novelas foi como a Ninete em "Tieta", dezoito anos atrás. No Projac, a nova integrante do elenco da novela das oito anda fazendo o maior sucesso com seu look extravagante. "A Camila Pitanga chamou a cabeleireira dela para fotografar meu penteado. Ela queria que a Bebel fosse a uma festa com o meu cabelo", diz toda orgulhosa do coque, ou melhor, "chignon" - porque coque, segundo ela, é coisa de vovó - que ela mesma tinha feito. Rogéria leva o maior jeito com escovas, laquês e batons. Afinal, foi maquiando atrizes e cantoras na extinta TV Rio que ela começou no meio artístico. Dos bastidores para o palco foi um pulo. Astolfinho, que costumava entreter os colegas de classe dançando mambo, virou a Rogéria dos concursos de fantasias carnavalescas e dos shows de travestis. E nunca mais largou o microfone! Durante todos esses anos de sucesso se vestindo como mulher, Rogéria nunca quis fazer operação para mudança de sexo. "Nunca quis ser mulher. Essa parada é para quem tem cabeça de mulher como a Roberta Close". E para quem vier com conversa mole de alma feminina, a travesti é taxativa: "Não vou abrir mão de ser homem, homem trai, ganha mais... e na hora h, eu quero saber do meu prazer e pronto".
Mesmo com tanta macheza, Rogéria tem uma boa porção de vaidade. Sessentona, ela faz questão de aparecer tão bonita como no começo da carreira. O segredo disso? Três copos de água morna todo dia de manhã. "Aqueço no microondas e mando para dentro". Enquanto o líquido quente desce fácil, o que Rogéria não engole de jeito nenhum são os exibidos da Parada Gay. O evento, que ajudou a desmistificar a classe GLBT no Brasil, não tem contado com a presença de um dos maiores ícones homossexuais do país. "Eu estou nessa há mais de quarenta anos e não gosto de ir porque tem muita gente querendo aparecer. E, sabe meu bem, eu sou a própria Parada Gay".
Mesmo com tanta macheza, Rogéria tem uma boa porção de vaidade. Sessentona, ela faz questão de aparecer tão bonita como no começo da carreira. O segredo disso? Três copos de água morna todo dia de manhã. "Aqueço no microondas e mando para dentro". Enquanto o líquido quente desce fácil, o que Rogéria não engole de jeito nenhum são os exibidos da Parada Gay. O evento, que ajudou a desmistificar a classe GLBT no Brasil, não tem contado com a presença de um dos maiores ícones homossexuais do país. "Eu estou nessa há mais de quarenta anos e não gosto de ir porque tem muita gente querendo aparecer. E, sabe meu bem, eu sou a própria Parada Gay".
Fonte: Zona Mix
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