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Ir à Parada Gay é muito mais do que uma festa. É um orgulho!


Sair às ruas para celebrar a diversidade sexual traz resultados que duram o ano todo – muitas vezes, eles permanecem ao longo da vida. Tanto no âmbito pessoal quanto no das conquistas sociais, as paradas ajudam, de fato, a construir um mundo mais tolerante.Para quem tinha de manter sua sexualidade bem trancada e escondida, poder sair às ruas declarando abertamente que não segue o padrão hétero imposto pela sociedade é uma grande conquista. Foi assim com o jornalista Ferdinando Martins. “Em 2002, eu chorei quando ouvi as Frenéticas cantarem Perigosa no encerramento da parada na Praça da República. No dia seguinte, conversando com a Suzy Capó [diretora do Festival Mix Brasil], ela me disse 'também, quantos anos você viveu proibindo-se de cantar eu-sei-que-eu-sou-bonita-e-gostosa?'. Foi a liberdade que a parada traz que me fez chorar”.Essa liberdade proporcionada pela parada é um dos principais efeitos positivos que os participantes levam durante o ano todo. “Em 2001 eu havia me assumido como gay, mas tinha receio de ir à parada”, diz o estudante e ativista GLBT Rick Ferreira.
“Foi a primeira vez que eu me senti sem culpa de viver minha sexualidade”. Orgulho de verdade O “orgulho” que dá nome a parada não é só retórica. Muita gente sente-se feliz por poder ver que existem milhões de outros que não se encaixam no padrão hétero dominante. “A parada me ajudou a reafirmar minhas convicções de quem sou e ter orgulho de ser diferente”, declara o crítico de teatro Michel Fernandes.O designer Gustavo Liedtke chegou até a ser cumprimentado pelo seu orgulho. “Eu comecei a sentir orgulho de mim e do próprio evento em 2002, quando fui com dois amigos ingleses (e héteros!). No meio da Paulista, eles me deram um grande abraço e disseram 'Parabéns, você deve estar muito orgulhoso da grandiosidade dessa festa e do respeito que vocês promovem'. Foi então que eu realmente me senti digno e parte da parada gay”. O jornalista Rodrigo de Araújo não deixa de comparecer às paradas. “Mesmo com muita gente falando mal da parada hoje, e eu mesmo tendo críticas a ela, não consigo deixar de ir. Todo dia de parada fico arrepiado. Tenho vontade de acordar cedo e já sair correndo de casa e voltar muito tarde. É literalmente um êxtase! Uma erupção de emoções. Estou usando expressões bem exageradas, mas é tudo bem exagerado mesmo!”.Conquistas coletivasA primeira parada gay do mundo foi em Manhattan, há 38 anos, em decorrência da perseguição policial ao bar Stonewall. Desde então, a sociedade gay só tem ganhado mais espaço na sociedade civil. No Brasil, ela só chegou nos anos 90, quando grupos organizados de todo o país começaram a se mobilizar. De lá pra cá, muita coisa mudou e, com certeza, a grandiosidade das paradas influenciou de maneira positiva nossa sociedade. Antes não haviam leis que protegiam os homossexuais, como a 10.948/2001, do Estado de São Paulo, que pune a discriminação baseada na orientação sexual. Personagens gays em telenovelas eram imagináveis. Hoje, cobramos a falta de um beijo gay na TV, em horário nobre e na principal emissora do país. Centros de Referência ou Coordenadorias de Diversidade Sexual nem eram projetos. O governo nunca sonhava em ter um programa voltado aos gays, como o Brasil sem Homofobia. Não havia capacitação sobre diversidade sexual para policiais, professores ou outros profissionais. E o tal do mercado gay nem existia. Agências de viagens não ofereciam pacotes GLS. Mídia gay, então, nem sonhar. O casal Vasco e Junior, de Catanduva, nem poderiam pensar em adotar sua filha Theodora. Inexistia a Frente Parlamentar Mista pela Livre Expressão Sexual, nem frentes estaduais semelhantes. A liberdade sexual era inexistente. Andar de mãos dadas com o namorado poderia te levar para a delegacia. Psicólogos podiam oferecer tratamentos que “curavam” a homossexualidade. Clubes gays eram, em sua maioria, pulgueiros escuros. Por essas e por outras, bem ou mal, as paradas fazem bem aos gays – até mesmo para aqueles que nunca colocaram os pés na rua para celebrar o orgulho GLBT.
Fonte: A Capa
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