Adoro ler textos que transmitem os sentimentos verdadeiros das pessoas, seja do entrevistado, ou do entrevistador, pois através destes podemos sempre tirar proveito de algo, seja positivo ou negativamente.
Sinto que a sociedade homossexual itaperunese não tem maturidade e muito menos consciência politizada para entender o seu papel neste mundinho interiorano. Mais ainda, sinto que são acomodados com tudo, principalmente com a vida pacata e discriminatória em que vivem.
Ao ler a matéria da jornalista Luisa Acosta, sinto sentimentos ambíguos que me fazem refletir sobre o que leio. A leitura de qualquer coisa nos permite propor uma releitura da mesma, sob um olhar mais holístico do que se que dizer.
Primeiro, é muito ver uma personalidade como Sérgio Lomeu, empresário, homossexual e que é uma pessoa respeitada na cidade, assumindo sua identidade, sem pudores moralistas, mostrando para todos que a vida é dele e que apesar das dificuldades já enfrentadas, é uma pessoa feliz. Fico feliz principalmente por saber que a cidade está evoluindo culturalmente neste sentido da liberdade de expressar-se.
Em contrapartida, me toca as afirmações dadas por um “cidadão” fantasma, que não tem nem coragem de assumir sua verdadeira identidade, enquanto ser social, politizado e culturalmente evoluído. Cidadão este, que ainda crê que Itaperuna não está preparada para eventos LGBT, como uma Parada Gay. Ora bolas, sabemos quão boa foi a Parada para a movimentação econômica e social do município.
Mais preocupante ainda é a afirmativa de que o mundo gay em Itaperuna é muito promíscuo.(gargalhadas)
Um “cidadão” que diz que ao passar pela sala de bate-papo da UOL (risos), em menos de meia hora já tinha quatro pretendes interessados no seu tipo físico, e que sites de relacionamento gay também são pontos de encontro para esse público, não pode ser levado em conta como ser humano real, inserido neste contexto em que vivemos. Fala sério!
Independente de serem voltados para gays ou não, sites de relacionamentos são pontos de encontro para qualquer pessoa, para qualquer fim, seja para sexo, para furtos, para amizades, para trocas de idéias, e várias outras opções.
Para completar a baboseira, o entrevistado ainda diz que as festas LGBT da cidade, são grandes orgias como os das mais famosas boates gays das capitais”, orgias estas que devem ter sido freqüentadas pelo mesmo, sem sucesso no âmbito amoroso-sexual, pois só participando do ato para afirmar com tanta veemência a ocorrência tais fatos.
As pessoas literalmente não pensam para se pronunciar.
É muito belo da parte dele assumir-se promíscuo, a beleza está na aceitação e na capacidade espetacular de ser auto-homofóbico. Freqüento sempre as festas LGBT do município e nunca me deparei com tanta promiscuidade, até mesmo porque não me considero com esta qualidade.
Itaperuna realmente nunca teria capacidade de realizar um evento de grande porte como foi a Parada, se tivesse que contar com pessoas infelizes, que não sabem nem o porquê de estarem vivendo neste mundo, e que precisam de se esconder por detrás de nomes fictícios para discutirem assuntos tão relevantes como este.
Sinceramente,ainda quero ver esta cidade divulgando as festas LGBT nas mídias locais, sem preocupar-se com nada, pois somos tão consumistas quanto qualquer outra pessoa, trabalhamos para ter nosso dinheiro e sermos independentes, sem precisar de viver num mundo de fantasia heterossexual.
Enfim, somos seres humanos normais, e cada um com seu cada um.
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