
Por JACQUELINE SILVA E FERNANDA LEONEL
Repórteres*
O Comitê de Enfrentamento à Influenza A de Minas Gerais decidiu ontem, em Belo Horizonte, que as aulas não serão mais adiadas na rede estadual, o que deve refletir também nas redes municipal e particular em Juiz de Fora. Com isso, o período letivo deve ser retomado na próxima segunda-feira, com algumas exceções, como a Universidade Estácio de Sá, cujas férias foram estendidas até o dia 17 deste mês.
O Comitê Municipal também se reuniu ontem e confirmou o adiamento da Semana Gay e da Exposição Agropecuária, previstos para agosto, além de anunciar que a suspensão de outros eventos de grande aglomeração de público está sendo avaliada.
Organizadores começam a avaliar prejuízos
Os impactos do adiamento do Miss Gay, Rainbow Fest e Parada Gay, além da Feira Agropecuária, tradicionalmente realizados em agosto, começam a ser avaliados pelos organizadores e pelo poder público. “Além das perdas financeiras, com cancelamento de contratos e reservas, temos o prejuízo institucional. Não sabemos se as 14 mil pessoas esperadas para os eventos da Semana Gay voltarão em outra data. Muita gente, até do exterior, já tinha se programado para estar em Juiz de Fora daqui a cinco dias. Os turistas também terão seus prejuízos, porque fizeram pacotes de viagem e reservas”, resumiu o presidente do Movimento Gay de Minas (MGM), Marco Trajano, que participou ontem da entrevista coletiva com o prefeito Custódio Mattos (PSDB) e integrantes do Comitê Municipal de Enfrentamento da Influenza A.
Trajano observou, porém, que a orientação técnica do comitê está sendo acatada, tendo em vista o risco para a saúde pública. Já o prefeito destacou que foi uma decisão unânime, baseada em critérios puramente técnicos. “Na saúde pública, vale a prudência máxima. Esses eventos tradicionalmente atraem gente de todas as partes, inclusive de locais onde há transmissão sustentada de H1N1, o que aumenta o risco de propagação em grande escala.”
O chefe do Executivo ressaltou que a Prefeitura mantém a interlocução com os organizadores. “Quando remarcarem o calendário, vamos retomar a parceria para a realização dos eventos, inclusive aumentando o apoio, como forma de compensação pelos prejuízos.” A Prefeitura também deve emitir um documento oficial que explique as circunstâncias do adiamento, respaldando juridicamente os organizadores no caso de multas.
Esforço de comunicaçãoA possibilidade de cancelamento das festas da Semana Gay não foi descartada pelos organizadores. “Precisamos de pelo menos 24 horas para digerir as informações”, declarou André Pavan, ligado ao Miss Brasil Gay. Conforme o grupo, nesse momento, a prioridade é fazer um esforço coletivo para divulgar maciçamente a informação do cancelamento. “Ainda não dá para falar em nova data. Está tudo muito recente, e não sabemos como será a evolução da gripe. Melhor não escolher outra data com pressa e ter que desmarcar novamente”, avaliou Marco Trajano.
Fonte: Tribuna de Minas
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