Um grupo neonazista denominado Impacto Hooligan foi identificado como autor do atentado contra participantes da Parada Gay em São Paulo, ocorrido em junho passado. Mais de 40 pessoas ficaram feridas . Sete integrantes do grupo - quatro homens e três mulheres - foram presos e dois adolescentes foram identificados e responsabilizados pela explosão de uma bomba caseira na Rua Vieira de Carvalho, tradicional reduto de bares gays no centro de São Paulo. Apenas nesta sexta-feira os policiais da Delegacia de Crimes Raciais e Crimes de Intolerância (Decradi) confirmaram que o artefato era uma bomba caseira. Até então, a polícia paulista afirmava que os manifestantes tinham sido feridos por um rojão , provavelmente jogado do alto de um prédio. Mais de 3 milhões participaram da Parada Gay em junho passado. A explosão ocorreu por volta de 21h, na dispersão dos manifestantes.
A delegada Margarette Barreto, responsável pelo Decradi, afirmou que os neonazistas se misturaram no meio da multidão para jogar a bomba e que o atentado foi planejado pelo grupo. Segundo ela, o líder do Impacto Hooligan é um universitário de 19 anos - apelidado de Chucky - e todos os integrantes são jovens, com prováveis ligações com grupos neonazistas investigados no Sul do país. Eles costumavam se reunir na região das avenidas Augusta e Paulista e também em algumas estações do metrô da cidade. Em São Paulo atua ainda um grupo acusado pela morte de um casal de neonazistas no Paraná. O líder do grupo, um executivo, está preso.
Margarette afirmou que a identificação dos autores do atentado foi possível porque um dos organizadores da Parada Gay recebeu um email com ameaças e um link para um site na internet, onde podia ser vista uma foto em que alguns acusados da explosão aparecem. As imagens da foto, aliadas às da câmera de segurança de uma boate da Rua Vieira de Carvalho, permitiram chegar aos autores do crime. Ainda em junho, a polícia apreendeu na casa de um indivíduo identificado como neonazista farto material, como máscaras de terror, armas falsas, munição, roupas usadas no dia do atentado, botas com aço no bico e cadernos com anotações que comprovam a participação dos integrantes na explosão da bomba no centro de São Paulo.
Segundo a delegada, foi achado ainda um estatuto do 'Impacto Hooligan', no qual alguns princípios são "não ter dó dos inimigos", "jamais passais os locais de encontro do grupo para outros" e "nunca fugir de tretas", em referência a brigas. Os integrantes, segundo ela, agem principalmente contra homossexuais, mas apregoam também a discriminação a negros e judeus. Dois dos sete integrantes tinham sido detidos 10 dias atrás, acusados de crime de intolerância.
De acordo com a delegada, o objetivo dos acusados ao explodir a bomba depois da Parada Gay era deixar uma "marca" do grupo.
- Para eles isso era considerado um trofeu - disse Margarette.
Os sete presos foram indiciados e vão responder por lesão corporal contra 12 pessoas, uma vez que apenas 12 das mais de 40 vítimas da explosão da bomba compareceram à polícia para registrar boletim de ocorrência. Ambulâncias do Samu socorreram 21 vítimas e as demais procuraram hospitais com ajuda de amigos ou por conta própria. Os sete responderão ainda por formação de quadrilha e explosão. Segundo Margarette, alguns dos integrantes do grupo confessaram o crime, mas outros negam a participação.
- Com esta prisão as investigações da explosão na Parada Gay estão encerradas - disse a delegada.
A polícia descobriu que uma pessoa foi agredida por dois integrantes do grupo durante a parada, mas a vítima não quis que os acusados fossem processados.
Cozinheiro de 35 anos foi morto após a Parada Gay
Esta não foi a única agressão ocorrida na última Parada Gay em São Paulo. Na região da Consolação, quatro pessoas foram vítimas de agressão. Um dos agredidos, o cozinheiro Marcelo Campos Barros, de 35 anos, morreu. Barros foi agredido na Praça da República. Ele não teria participado da Parada e estaria apenas passando pelo local, segundo amigos dele.
A polícia paulista ainda investiga se o grupo neonazista Impacto Hooligan tem relação com a morte do garçom. O inquérito do assassinato de Marcelo Campos Barros ainda não foi concluído.
O último ato de violência durante a Parada havia ocorrido em junho de 2007. Depois da Parada Gay daquele ano, o turista francês Gregor Erwan Landouar, de 35 anos, foi morto com uma facada no abdômen, ao sair da lanchonete Ritz, na Alameda Franca, nos Jardins. Ele estava acompanhado de três pessoas, que tinha conhecido no local naquele dia. Menos de um mês depois, o punk Genésio Mariuzzi Filho, de 23 anos, apelidado de Antrax, foi detido. O rapaz, dizendo-se integrante da gangue Devastação Punk, confessou à polícia que praticou o crime para descontar a raiva por seu grupo ter perdido uma briga com uma gangue rival. Segundo a polícia, Genésio também tinha relações com o grupo Impacto Hooligan.
Durante o julgamento, ele afirmou que "deu azar" porque o caso foi amplamente divulgado pela mídia. Ele foi condenado a 27 anos e seis meses de prisão.
Fonte: O Globo
A delegada Margarette Barreto, responsável pelo Decradi, afirmou que os neonazistas se misturaram no meio da multidão para jogar a bomba e que o atentado foi planejado pelo grupo. Segundo ela, o líder do Impacto Hooligan é um universitário de 19 anos - apelidado de Chucky - e todos os integrantes são jovens, com prováveis ligações com grupos neonazistas investigados no Sul do país. Eles costumavam se reunir na região das avenidas Augusta e Paulista e também em algumas estações do metrô da cidade. Em São Paulo atua ainda um grupo acusado pela morte de um casal de neonazistas no Paraná. O líder do grupo, um executivo, está preso.
Margarette afirmou que a identificação dos autores do atentado foi possível porque um dos organizadores da Parada Gay recebeu um email com ameaças e um link para um site na internet, onde podia ser vista uma foto em que alguns acusados da explosão aparecem. As imagens da foto, aliadas às da câmera de segurança de uma boate da Rua Vieira de Carvalho, permitiram chegar aos autores do crime. Ainda em junho, a polícia apreendeu na casa de um indivíduo identificado como neonazista farto material, como máscaras de terror, armas falsas, munição, roupas usadas no dia do atentado, botas com aço no bico e cadernos com anotações que comprovam a participação dos integrantes na explosão da bomba no centro de São Paulo.
Segundo a delegada, foi achado ainda um estatuto do 'Impacto Hooligan', no qual alguns princípios são "não ter dó dos inimigos", "jamais passais os locais de encontro do grupo para outros" e "nunca fugir de tretas", em referência a brigas. Os integrantes, segundo ela, agem principalmente contra homossexuais, mas apregoam também a discriminação a negros e judeus. Dois dos sete integrantes tinham sido detidos 10 dias atrás, acusados de crime de intolerância.
De acordo com a delegada, o objetivo dos acusados ao explodir a bomba depois da Parada Gay era deixar uma "marca" do grupo.
- Para eles isso era considerado um trofeu - disse Margarette.
Os sete presos foram indiciados e vão responder por lesão corporal contra 12 pessoas, uma vez que apenas 12 das mais de 40 vítimas da explosão da bomba compareceram à polícia para registrar boletim de ocorrência. Ambulâncias do Samu socorreram 21 vítimas e as demais procuraram hospitais com ajuda de amigos ou por conta própria. Os sete responderão ainda por formação de quadrilha e explosão. Segundo Margarette, alguns dos integrantes do grupo confessaram o crime, mas outros negam a participação.
- Com esta prisão as investigações da explosão na Parada Gay estão encerradas - disse a delegada.
A polícia descobriu que uma pessoa foi agredida por dois integrantes do grupo durante a parada, mas a vítima não quis que os acusados fossem processados.
Cozinheiro de 35 anos foi morto após a Parada Gay
Esta não foi a única agressão ocorrida na última Parada Gay em São Paulo. Na região da Consolação, quatro pessoas foram vítimas de agressão. Um dos agredidos, o cozinheiro Marcelo Campos Barros, de 35 anos, morreu. Barros foi agredido na Praça da República. Ele não teria participado da Parada e estaria apenas passando pelo local, segundo amigos dele.
A polícia paulista ainda investiga se o grupo neonazista Impacto Hooligan tem relação com a morte do garçom. O inquérito do assassinato de Marcelo Campos Barros ainda não foi concluído.
O último ato de violência durante a Parada havia ocorrido em junho de 2007. Depois da Parada Gay daquele ano, o turista francês Gregor Erwan Landouar, de 35 anos, foi morto com uma facada no abdômen, ao sair da lanchonete Ritz, na Alameda Franca, nos Jardins. Ele estava acompanhado de três pessoas, que tinha conhecido no local naquele dia. Menos de um mês depois, o punk Genésio Mariuzzi Filho, de 23 anos, apelidado de Antrax, foi detido. O rapaz, dizendo-se integrante da gangue Devastação Punk, confessou à polícia que praticou o crime para descontar a raiva por seu grupo ter perdido uma briga com uma gangue rival. Segundo a polícia, Genésio também tinha relações com o grupo Impacto Hooligan.
Durante o julgamento, ele afirmou que "deu azar" porque o caso foi amplamente divulgado pela mídia. Ele foi condenado a 27 anos e seis meses de prisão.
Fonte: O Globo
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