Curitiba, 9 de janeiro de 2009
Ao
João Emanuel Carneiro
Autor da novela “A Favorita”
Prezado Senhor:
Em nome da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, parabenizo a defesa da diversidade sexual e o combate ao preconceito e discriminação feito por meio das personagens Estela e Catarina. É com iniciativas como essa que caminhamos para uma sociedade mais justa e que respeite a dignidade humana.
No entanto, lamentamos a abordagem dada ao personagem GAY Orlandinho, que, até o final da trama, se revelará heterossexual. Entendemos a importância da liberdade de criação, somos opostos a qualquer tipo de censura ao pensamento que respeita os princípios mais caros da democracia, apenas externamos o quanto a exibição dessa história pode confundir milhões de brasileiros e brasileiras a respeito da homossexualidade. É claro que não existem modelos de vivência da sexualidade e o que é mostrado é concreto em alguns casos, mas entendemos que a televisão e uma obra tão apreciada como uma novela poderiam ser utilizados cada vez mais para educar a população sobre o respeito à livre orientação sexual.
A forma leve como tal história tem sido mostrada não tem dado conta de mostrar todo o amplo horizonte da sexualidade humana tanto é que, popularmente e até na mídia, o que se tem falado é de "conversão de gays" quando se trata da história mencionada e isso é algo que afronta, conforme até mesmo o Conselho Federal de Psicologia brasileiro, o respeito à integridade psicológica e social do ser humano.
Pedimos, em nome de uma sociedade mais justa, que sua trama se some a tantas outras nesse mesmo canal que contribuíram, de forma singular e humana, para que o Brasil fique livre da homofobia e da falta de compreensão do que realmente é a homossexualidade.
Sem mais, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos.
Atenciosamente,
Toni Reis
Presidente da ABGLT
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