por Alex Soares - Colunista
Há certo tempo venho pensando no papel da liderança em órgãos não governamentais, que buscam cotidianamente lutar por um determinado objetivo ou causa. Mais precisamente venho observando as lideranças do movimento gay diante das manifestações que promovem anualmente, chamadas de Parada LGBT.
Existe uma dualidade fatídica entre liderar e saber liderar. Hoje existem Organizações Não - Governamentais para tudo, no entanto há de repensar o papel das mesmas enquanto instituições que promovem a discussão de temas importantes para um bem comum ao todo social.
Há de se repensar toda estrutura sócio-politico-educacional das pessoas que tomam a frente destes tipos de organizações. Pois a representatividade não combina com passividade diante das circunstâncias que problematizam todo um aparato de decisões que podem modificar vidas e fazer delas algo de bom e/ou ruim.
Vejo a frente de algumas ONG’s pessoas apáticas que permanecem na liderança vislumbrando algum retorno financeiro, sem realmente se importar com o primordial objetivo da instituição, que é o de promover a participação ativa de todos num processo de conscientização.
Vejo pessoas que são organizadores deste tipo de manifestações e que nunca foram e/ou não frequentam outras manifestações como forma de apoio a causa comum que existe entre eles.
Vejo pessoas que se apoderam de determinado movimento, como se o processo democrático de decisão de uma estrutura líder fosse fidelizado pelo neoliberalismo e pela forma ditatorial que afirmam com veemência que tal ONG é deles e pertence a eles.
Ora, se um dos fundamentos das ONG’s é o de congregar o máximo de pessoas possível, porque a exclusividade de alguns para uma luta que é de todos?
Fico imaginando a quem poderia interessar tal exclusividade de um movimento. A exclusão de participantes fica parecendo que o medo de uma personalidade empreendedora assumir tal liderança, apague os vestígios de desleixo da atual, e que esta personalidade consiga colocar a instituição a um patamar de visibilidade, o que possibilitará numa confiabilidade dos mesmos.
O pior de tudo é que existem pessoas compromissadas com o movimento, que não conhecem a índole de tal liderança, e patrocinam (de todas as formas) a viabilidade de tal atitude descabida.
Enfim, há de repensar nas nossas atitudes dando “vida” a estes tipos de situações. Aliás, o mês de setembro é recheado de manifestações, serão verdadeiramente manifestações?
Fonte: Macaé News
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