Rudolf Braza foi um dos dez mil deportados por Adolf Hitler devido à orientação sexual, já que os nazistas consideravam os homossexuais um perigo para a continuidade da raça.
Brazda se deu conta de sua homossexualidade como uma "disposição natural" que aceitou normalmente, "consciente de ter tido a sorte de ter ao seu lado um companheiro", conforme ele mesmo disse em certa ocasião.
Em 1937 ele foi condenado a seis meses de prisão por participar de "uma orgia entre homens" e, mais tarde, foi expulso e levado à então Tchecoslováquia. Neste país, foi novamente julgado e condenado a 14 meses de detenção pelo mesmo fato.
Após cumprir pena, Brazda foi deportado a Buchenwald por ser considerado reincidente. Sobreviveu a 32 meses de maus tratos e humilhação graças a sua amizade com um chefe comunista e "um pouco mais de sorte que os outros". No local, do qual foi libertado em abril de 1945, foi obrigado a usar um triângulo rosa, símbolo que estigmatizava os homossexuais.
O drama dos "triângulos rosas" permaneceu desconhecido até 1980, quando foram publicados livros, rodados filmes e encenadas peças de teatro que discutiam a questão.
Brazda saiu do anonimato em 2008, quando a Alemanha inaugurou um monumento para homenagear os "triângulos rosas" e anunciou que apenas uma testemunha do horror permanecia viva.
Um mês depois foi o convidado de honra da Parada do Orgulho Gay de Berlim. Com uma camisa rosa, depositou uma flor diante do novo memorial na presença do prefeito da capital alemã, Klaus Wowerei, também homossexual.
Brazda participou de vários eventos nas escolas da Alsácia, na inauguração de placas em homenagem aos "triângulos rosas" em Mulhouse e no campo de concentração de Struthof (no Baixo Reno, na Alsácia), de onde foram deportados 215 homossexuais.
Ao lado de seu amigo Jean-Luc Schwab, Rudolf Brazda escreveu sua biografia "Triângulo Rosa - um homossexual no campo de concentração nazista", no qual relembrou os 32 meses no campo de concentração, os trabalhos forçados, a presença da morte, as agressões e as humilhações.
Em abril de 2010 ele foi nomeado cavaleiro da Legião de Honra francesa, uma alta condecoração do país.
Sobre o Colunista:
Jonnathan é estudante de Jornalismo e colunista do blog NOTICIA G. |
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